Em uma semana, dois trágicos desaparecimentos: Yan Carla e Paulina sem vida

Dois desaparecimentos, duas tragédias. Yan Carla e Paulina, duas bolivianas desaparecidas em datas e lugares diferentes, foram encontradas mortas. O primeiro, originário de Cobija, Pando, foi encontrado morto no Peru, enquanto o segundo, em Sacaba, Cochabamba. A trágica notícia foi conhecida no período de apenas uma semana.

Yan Carla Caraica C., 37 anos, foi vista pela última vez em 29 de outubro em Soberanía, comunidade localizada na fronteira com o Peru. Cinco dias depois, no dia 3 de novembro, ela foi encontrada morta no bairro Pacarán, no Peru. Segundo as investigações, a mulher foi acompanhada por um terceiro para se encontrar com o ex-companheiro, José Luis TS, com quem tinha pendências para resolver um assunto relacionado com uma moto. Durante o encontro, eles foram atacados. O companheiro de Yan Carla conseguiu escapar correndo para as montanhas, enquanto seu ex-companheiro levou a vítima. Dias depois, seu corpo foi encontrado sem vida.

Yan Carla havia se separado de José Luis dois meses antes, depois de ter sofrido mais de 20 anos de violência, durante os quais tiveram cinco filhos, três deles menores (14, 8 e 3 anos).

O companheiro ficou ferido e refugiou-se nas montanhas. Enquanto isso, José Luis levou a vítima que, segundo a autópsia realizada no Peru, morreu por estrangulamento e traumatismo cranioencefálico, indicando que recebeu fortes golpes na cabeça até perder a vida.

O corpo de Yan Carla foi repatriado e chegou na quarta-feira, 6 de novembro, ao bairro Paz Zamora, em Cobija, onde morava e foi sepultado. Lá, familiares e amigos se despediram pela última vez, em meio a clamores por justiça.

A Polícia de Pando informou que mantém troca de informações com seus homólogos do Peru com o objetivo de capturar o suposto autor do crime, que possui dupla nacionalidade (boliviano-peruana). As autoridades esclareceram que, na Bolívia, existe um mandado de prisão contra ele por tentativa de homicídio, em relação ao ataque à companheira de Yan Carla, enquanto no Peru o feminicídio está sendo investigado, já que o corpo foi encontrado naquele país.

Em meio a esses acontecimentos, outro caso de violência chocou o país. A morte de Paulina Valcera Laime, uma jovem de 24 anos desaparecida desde 28 de outubro e cujo corpo foi encontrado em 5 de novembro, foi classificada como homicídio.

Segundo informações de fontes próximas ao processo, a causa da morte de Paulina foi uma “síndrome de asfixia” e foi classificada como homicídio porque se presume ter sido provocada.

Paulina foi denunciada como desaparecida à Diretoria de Tráfico e Tráfico de Pessoas da Força Especial de Combate ao Crime (FELCC) de Sacaba, Cochabamba. A jovem saiu de casa em Tuscapujio Alto, em Sacaba, por volta das 04h00, e após uma semana de intensas buscas, descobriram o seu corpo.

Segundo o porta-voz da FELCC de Cochabamba, Carlos Rojas, funcionários da Divisão de Homicídios viajaram para Tuscapujio Alto após a notificação da Rádio Patrullas, onde contataram o líder da área. O corpo de Paulina foi encontrado às margens de uma lagoa. Ele foi identificado após o reconhecimento da mãe, que foi chamada para confirmar sua identidade.

Rojas relatou que faltava no corpo de Paulina o braço direito, que se presume ter sido comido por animais. Posteriormente, o corpo foi transferido para o Instituto de Investigação Forense (IDIF), onde foi realizada a autópsia médico-legal.

Relativamente às investigações, o porta-voz da FELCC indicou que estão a ser recolhidos depoimentos de familiares da vítima para esclarecer as circunstâncias da sua morte. Além disso, serão revisados ​​registros de chamadas e interações em suas redes sociais e telefone, com o objetivo de obter mais informações sobre os acontecimentos que envolveram seu trágico desaparecimento e morte.

Yan Carla e Paulina, assim como outras vítimas, foram dadas como desaparecidas e posteriormente encontradas mortas. Outro caso que também chocou a população foi o de Nely Villarroel, desaparecida no dia 12 de março deste ano em Sacaba, Cochabamba. Parte de seus restos mortais foram encontrados no dia 24 de março nas margens da lagoa San Isidro. No entanto, só dois meses depois foi confirmado que aqueles restos mortais pertenciam a ela, já que sua família acreditava que ela estava no Chile, porque alguém se passou por ela e enviou mensagens falsas a seus entes queridos com essa versão. O marido dela é identificado como autor do crime e está em prisão preventiva, enquanto a família continua exigindo a recuperação completa dos restos mortais da vítima.

Estes não são os únicos casos em que as famílias enfrentam situações de dor e angústia ao não saberem o paradeiro dos seus entes queridos desaparecidos.

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