Cristina Arcidiacono. Nova posição no Instituto Teológico Batista Europeu

Foto de Anna Ujvari, IBTS. Fonte:

Roma (NEV), 31 de outubro de 2024 – O pastor batista Cristina Arcidiacono foi recentemente nomeado cadeira de Quadro do Instituto Teológico Batista Europeu (IBTS) em Amsterdã. Isto significa que coordenará o trabalho de um grupo internacional que lidera este importante órgão de formação. A nomeação ocorre num período de transição para a instituição, que tem enfrentado significativas mudanças estruturais e acadêmicas nos últimos anos. Arcidiacono, já membro do Conselho desde 2016, aceitou com entusiasmo a nova função, sentindo a importância de “garantir uma espécie de continuidade institucional” num momento de viragem para o IBTS. Aliás, o novo Diretor do IBTS, Enoh Šeba, que substitui Mike Pears, também foi apresentado na última Assembleia Geral.

O IBTS, anteriormente sediado em Praga e Rüschlikon, na Suíça, encontrou a sua nova sede em Amsterdã, uma cidade rica em significado para a tradição batista. Arcidiacono sublinhou este simbolismo: “Amesterdão foi um lugar de exílio e refúgio para os Baptistas… aqui está a primeira igreja Baptista, fundada por João Smith E Thomas Helwys“, disse o pastor. Contudo, o IBTS não é mais um seminário teológico no sentido tradicional; trata principalmente de acompanhar estudantes em um caminho de doutorado, formando acadêmicos e líderes para as igrejas e no mundo, colaborando estreitamente com o Universidade Nova de Amsterdã.

“Os cursos de formação são orientados para a teologia prática, a história e a identidade batista, promovendo uma visão global e um vínculo direto com as comunidades locais” explicou Arcidiacono.

Outro componente inovador do IBTS é o Rede de Aprendizagemdescrita por Arcidiacono como uma “rede de aprendizagem” que favorece uma abordagem pedagógica baseada na escuta mútua, semelhante à animação teológica e bíblica. Neste método, os alunos partem da própria experiência, exploram o texto bíblico, deixam-se questionar por ele, estudam e partilham reflexões teológicas, e regressam à experiência com novas ações, no que podemos chamar de “espiral hermenêutica”. Arcidiacono, que experimentou esta abordagem no seu trabalho pastoral e formativo, vê a animação como um elemento essencial da própria formação. “Partimos de nós próprios para abraçar uma visão mais ampla”, explicou, acrescentando que esta abordagem é também fundamental para a gestão intercultural do Conselho, composto por membros de todo o mundo.

O papel da cátedra traz consigo uma importante responsabilidade de mediação e diálogo entre diferentes culturas e teologias, disse a pároca, explicando que para ela isso significa criar “espaços de conversa aberta” nos quais as diferenças possam convergir numa escuta respeitosa e profunda.

“Temos pessoas que vêm do Líbano, dos Estados Unidos, de Porto Rico, da Roménia, da Finlândia, da Inglaterra, da Croácia. Esta é uma grande oportunidade, porque nos permite valorizar as histórias pessoais e as biografias por trás das questões teológicas abordadas pela IBTS, como a violência doméstica e as alterações climáticas.”

Olhando para o futuro do instituto, Arcidiacono questiona a possibilidade de uma pastoral inovadora. “Nem sempre o novo é para ser recolhido e o que é velho é para ser descartado… ver o mundo com novos olhos é uma vocação”, concluiu, lembrando que a IBTS está empenhada em desenvolver caminhos que reflitam “a novidade do Evangelho”. ‘em um contexto contemporâneo.

Geancarlos Bonini

Geancarlos Bonini

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