Abaixo, o reflexo de Mônica Bernardo de Índices de Paridade – APS. O comentário bíblico é editado pelo pastor metodista Ulrike Jourdan.


50 anos após a publicação de Do lado das meninaspersistem os condicionamentos culturais e os estereótipos de género no contexto escolar, apesar de o corpo docente ser composto por 80% de mulheres. As ferramentas e os textos das disciplinas fornecem uma imagem distorcida das mulheres e de outras subjetividades marginalizadas e racializadas. Um espaço no final da página é reservado às mulheres para falarem de personalidades “extraordinárias”: a excepcionalidade torna-se uma nova forma de marginalização. Os livros e os formulários escolares continuam a ser definidos de acordo com um masculino exagerado, erroneamente considerado neutro e inclusivo. O cânone literário reserva um pequeno espaço nos manuais para algumas escritoras e apenas na década de 1900; o mesmo para cientistas, filósofos, matemáticos, artistas, ausentes nos livros que consolidam uma leitura antiquada e excludente da realidade. Os manuais escolares contribuem assim para a construção nas raparigas e nos rapazes, nas raparigas e nos rapazes, de uma imaginação distorcida e de uma falta de consideração pelas mulheres, ou mesmo de uma verdadeira subordinação. É grave que isso aconteça em locais responsáveis ​​pela educação, instrução e formação. Por isso nasceu em 2020 a associação APS Indices Paritari, formada por professores de diferentes ordens e séries, para desconstruir estereótipos, proporcionar a meninos e meninas uma representação mais verdadeira do mundo e prevenir a violência física e psicológica de gênero.